3ª edição da UModa apresentou cinco coleções dos alunos de Design e Marketing de Moda
Os alunos de Design e Marketing de Moda da Universidade do Minho (UMinho) exibiram no passado dia 8 de junho, no Instituto de Design de Guimarães, cinco coleções em mais de 80 looks com peças originais. Este foi o culminar de meses de trabalho e o ponto alto de uma sinergia entre os finalistas de Design e Marketing de Moda e os mestrandos de Design de Comunicação de Moda que os fez sentir realmente designers.
Inspirados no tema “Living in the Virtual World”, o evento procurou agregar os conhecimentos adquiridos em ambos os cursos, proporcionando um primeiro contacto com o mundo empresarial, refere Joana Cunha, Diretora da Licenciatura em Design e Marketing de Moda.
A estudante do mestrado em Design e Comunicação de Moda, Margarida Machado, explica que o tema surgiu de um projeto escolar dos alunos e foi a base para os designers criarem as suas obras. “Depois de estudarmos o tema geral dos alunos da Licenciatura surgiu então o Wasteland, um mundo pós-apocalíptico onde a terra é o reflexo do consumo extremo e dos desperdícios têxteis e tecnológicos”.
Este colapso social focado na indústria da moda serviu de inspiração para a criação dos mais de 80 looks que estiveram divididos em cinco coleções inéditas, intituladas: “John 8:32”, que descreveu a jornada de um guerreiro urbano à descoberta da realidade; “3018”, uma ligação entre o real e virtual, onde ambos os sexos se sentem confiantes para experienciarem novas emoções; “404”, que explora a ideia de perda de identidade num não-lugar solitário; “Signs of Life” refletiu a procura de sinais de vida entre dois mundos discrepantes e complementares; e “Transition” visou levar-nos a viajar pela evolução tecnológica da sociedade contemporânea.
A designer de moda Mariana Magalhães, que participou da criação da coleção “404”, última a desfilar, ressaltou que a escolha teve como ponto de partida os non-places. “Non-places são, em poucas palavras, lugares tão cheios de gente que acabas por te sentir sozinho, tal como a internet. Eu e o meu grupo quisemos ir mais além com o tema, fazendo alusão ao erro que aparece na internet quando uma página não é encontrada. Neste caso, a identidade do ser humano é que está perdida e esse conceito traduz-se em peças desconstruídas e oversized, com recortes, ilhós e fivelas. Acessórios que remetem para o aprisionamento e a dependência do ser humano face à internet”. A estudante também salientou que participar neste evento foi um momento de realização pessoal: “Foi muito estranho como seis meses ficaram reduzidos a apenas uns minutos na passarela. Creio que o desfile vai influenciar a minha vida profissional, pois criei valores de trabalho em equipa, organização, resolução de problemas e trabalho sobre pressão. Para mim e para o meu grupo, este evento marcou uma nova etapa nas nossas vidas, acho que foi aqui que nos sentimos realmente designers”, completou.
O evento contou com o apoio da Câmara de Guimarães e, pela primeira vez, com o patrocínio especial da RH Models, que contribuiu com modelos profissionais e na divulgação.
Texto: Priscila Rosossi e Sandrine Souza
Fotografia: Flávia Vilas Boas